O médico plantonista do Hospital Municipal de Ibaté, Dr. Cesar Augusto Esteves, fez questão de responder às críticas do vereador Luis Marino da Silva (PSDB), feitas durante a sessão ordinária da última segunda-feira, 10.
Dr. Cesar relatou que o hospital atua com dois médicos por plantão, os quais se dividem para atender: os pacientes no consultório do SMU (Serviço Médico de Urgência); as emergências e urgências que chegam ao local; suturas; gestantes que necessitam de atendimento em sala separada; além dos encaminhamentos de pacientes mais graves.
“O vereador chega e vê que só tem um médico, acha que o outro está passeando, dormindo ou descansando, isso não corresponde com a realidade. Há uma divisão de serviço. Se o plantão está tranquilo, vou ali tomar uma água e já volto, como qualquer local onde são dois profissionais da mesma competência”, afirmou.
O médico também respondeu ao questionamento do vereador, em relação aos exames de pressão arterial e retorno ao trabalho. “De fato, isso denota ignorância e despreparo por parte do vereador que está fazendo esses comentários. Por motivos óbvios, uma vez que não cursou medicina, o vereador não entende o que é a fisiopatologia da doença. Nós médicos estudamos para tratar as mais variadas doenças e enfermidades e sabemos quais os pacientes que podem e os que não podem retornar ao trabalho. Segundo o medico,hipertensão ( pressão) é uma doença crônica, cujo o procedimento medico é estabilizar a pressão do paciente, feito esse procedimento, ele está apto para fazer qualquer coisa, assim como um diabético ou alguém com uma crise asmática, que sai daqui respirando, sorrindo feliz da vida”, explicou.
Sobre os encaminhamentos, também criticados pelo vereador, o plantonista esclareceu que, mais uma vez, o vereador Marino se mostra despreparado para a função, pois é preciso tomar todo cuidado necessário. “Não podemos transformar o pronto-socorro em fura fila de encaminhamentos, porque está cheio de gente que faz a coisa certa e a maioria dos pacientes adotam o procedimento correto, ou seja, primeiro passam pelas UBS e, em último caso, recorrem ao pronto atendimento. Atendemos aqui no pronto socorro, quase 1% da população por dia. Baseado nessa estatística, que são quase 370 consultas por dia, imagina se a gente encaminhar todos esses pacientes para o especialista??? É coisa de louco! Simplesmente vamos esvaziar toda rede básica”, afirmou.
Ele também alertou que é importante a população ter consciência. “Aquela senhora que não consegue controlar o diabetes, mas é sensata, o que ela faz? Vai ao Centro de Saúde, marca a sua consulta para fazer seus exames, o seu tratamento, e ela, se necessário, será encaminhada para o endócrino ou para um cirurgião. Não podemos pegar um paciente que teve uma crise hipertensiva e veio no pronto-socorro e simplesmente dar lhe o encaminhamento para o cardiologista, sendo que o procedimento padrão e correto é o medico da unidade básica, se necessário, encaminha-lo para consulta na especialidade”, disse.
Segundo a assessora e coordenadora da área da saúde, Elaine Cristina Sartorelli, o vereador Marino está irritado, pois na última sexta-feira, 07, tentou de todas as maneiras, passar na frente dos outros pacientes, com um conhecido seu que estava com a pressão alta e que, segundo o vereador, necessitava de um cardiologista. “Pedimos para que ele encaminhasse o paciente ao hospital, onde seria avaliado”, contou.
Tempos atrás, o prefeito José Luiz Parella (PSDB) convidou todos os vereadores para uma reunião e, dentre os mais variados assuntos tratados, de forma educada, alertou o vereador Marino para que não interferisse no agendamento de consultas, pois estaria tentando passar conhecidos ou familiares seus, na frente de outros pacientes.
A chefe da divisão de compras, Luciana Marques, também relatou ao prefeito Zé Parrella que este mesmo vereador vivia pressionando os funcionários do setor para a liberação de medicamentos a pacientes da rede particular de saúde (exemplo: Unimed).
Para finalizar o festival de incoerências, semanas atrás, o próprio vereador foi atendido no hospital com cólica renal e a seguir na mesma tribuna da câmara, elogiou o atendimento do hospital.